O secretário-geral das Nações Unidas expressou indignação com o assassinato de três funcionários do Programa Mundial de Alimentos no Sudão. Eles foram atingidos nesta quinta-feira durante um bombardeio aéreo ao escritório da agência em Yarbus, no estado do Nilo Azul.
Para António Guterres, o incidente ressalta “o preço arrasador que o conflito brutal” está causando a milhões de necessitados e aos funcionários humanitários que tentam alcançá-los com auxílio essencial no país.
Solidariedade às famílias e colegas
Em nota emitida pelo porta-voz, Guterres pede “uma investigação completa” ao manifestar solidariedade às famílias e colegas das vítimas. Ele condena ainda “todos os ataques à ONU e ao pessoal e instalações de ajuda humanitária”.
O chefe das Nações Unidas aponta 2024 como o ano com mais trabalhadores humanitários mortos no Sudão. Mesmo atuando sob “ameaças significativas à sua segurança pessoal”, Guterres destaca que eles “continuam fazendo tudo o que podem para fornecer suporte essencial onde quer que seja necessário”.
O Programa Mundial de Alimentos confirmou a morte do chefe do escritório de campo, um associado e um segurança que realizavam tarefas de salvamento de vidas na linha de frente na crise de fome que é “uma das maiores do mundo”.
Transferência para tratamento
Um dos funcionários morreu imediatamente, enquanto os outros dois gravemente feridos vieram a perder a vida durante sua transferência para tratamento. As famílias foram informadas.
A agência disse que todos os membros da equipe no Sudão estão seguros e foram confirmados. O comunicado emitido em Roma “exige uma investigação completa e responsabilização dos autores”, enquanto se opera para estabelecer com urgência as circunstâncias do incidente.
O PMA realça que as mortes dos membros da equipe são desnecessárias e lembram novamente os riscos que os trabalhadores humanitários enfrentam em cenários de conflito e ambientes operacionais complexos como o Sudão.
Ajuda e suprimentos humanitários
O apelo lançado às partes envolvidas no conflito é que cumpram suas obrigações de proteger civis, incluindo pessoal de ajuda, bem como instalações e suprimentos humanitários.
As Nações Unidas sublinham ainda que os ataques não devem ser direcionados contra estes profissionais e pedem que todas as precauções viáveis sejam tomadas para evitar feri-los.
O secretário-geral disse que perante o conflito que se estende há mais de 20 meses é preciso um cessar-fogo imediato e garantiu a continuação do apoio da ONU aos esforços de mediação internacional e atuação que ajude a acabar com a guerra.